Theatro Municipal
Em fins do século XIX, a cidade de São Paulo tinha vários teatros como o Apolo, o Minerva, o Politeama, o Provisório Nacional e o melhor e mais conhecido deles, o Teatro São José.
Em , iniciam-se na Câmara Municipal as discussões para a construção de um teatro voltado especificamente para a exibição de ópera.
No começo de é aprovada a Lei nº 336 de que cria condições atrativas para que teatros possam ser construídos pela iniciativa privada, entre elas, isenção fiscal por 50 anos e desapropriação por utilidade pública do terreno que fosse escolhido para a construção do teatro.
Em é lançado o edital da concorrência pública para a construção do Theatro Municipal.
O italiano Cláudio Rossi, arquiteto, cenógrafo, decorador, empresário arrendatário do Theatro São José e amigo pessoal de Conselheiro Antônio Prado - primeiro prefeito da cidade de São Paulo - apresenta proposta. Outro que apresenta proposta é Ramos de Azevedo.
Segundo consta, o Conselheiro Antônio Prado teria aproximado Cláudio Rossi a Ramos de Azevedo que unificaram as propostas.
Pelo arranjo, o projeto fica a cargo de Cláudio Rossi, o detalhamento do projeto a cargo do também italiano Domiziano Rossi - colaborador freqüente de Ramos de Azevedo e que não guardava nenhuma relação de parentesco com Cláudio - e a execução da obra a cargo do Escritório Técnico Ramos de Azevedo.
O local escolhido para a construção foi um terreno no Morro do Chá, perto do Viaduto do Chá na esquina oposta de onde seria construído o Novo Theatro São José. No terreno estava instalada a serraria do empresário alemão Gustavo Sydow.
Por volta de 1902, o terreno é desapropriado pelo governo do Estado de São Paulo e com a Lei nº 627 de o prefeito recebe autorização para negociar com o estado a transferência do terreno para a municipalidade.
Pouco mais de dois meses depois, a Câmara Municipal autoriza a construção do Theatro Municipal com a Lei nº 643 de .
As obras são iniciadas em e em Cláudio Rossi viaja à Europa a fim de levar plantas e demais documentos relativos à construção a potenciais fornecedores de itens de decoração, equipamentos e maquinário.
A construção fortemente influenciada na Ópera de Paris foi inaugurada em diante de uma multidão estimada em 20 mil pessoas que se espalhavam pelos arredores do Theatro Municipal.
A noite foi aberta com a execução de um trecho da ópera “O Guarani” de Carlos Gomes. Na sequência, a companhia italiana Tita Rufo encenou a ópera “Hamlet” de Ambroise Thomas.